Lula diz no G7 que Israel promove vingança em Gaza e que não haverá solução militar na Ucrânia | Brasil

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (14) que não haverá solução militar para a guerra na Ucrânia e reiterou as críticas a Israel.

Lula fez as afirmações ao discursar na cúpula do G7, o clube dos países ricos, da qual participa como convidado. Ele se referiu aos conflitos ao criticar a alta nos gastos com armamentos no mundo, que, no ano passado, chegou a US$ 2,4 trilhões.

“Em Gaza, vemos o legítimo direito de defesa se transformar em direito de vingança. Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças”, afirmou Lula. “Isso nos levou a endossar a decisão da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça“, disse, em referência ao processo movido pelos sul-africanos em que acusam Israel de cometer genocídio na Faixa de Gaza.

Lula também se referiu em sua fala ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Ele decidiu não comparecer nem enviar representantes do primeiro escalão do governo a uma conferência de paz neste fim de semana em Lucerna, na Suíça, encabeçada pela Ucrânia e sem a presença do governo de Moscou.

Ao discursar, Lula endossou a posição já externada pelo seu assessor especial Celso Amorim, de que não haverá saída para o conflito “sem combinar com os russos”.

“O Brasil condenou de maneira firme a invasão da Ucrânia pela Rússia. Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar”, afirmou. “Somente uma conferência internacional que seja reconhecida pelas partes, nos moldes da proposta de Brasil e China, viabilizará a paz.”

Lula também destacou a presidência do Brasil no G20, neste ano, com foco na “revolução digital inclusiva” e no enfrentamento das mudanças climáticas.

“Conduzir uma revolução digital inclusiva e enfrentar a mudança do clima são dilemas existenciais do nosso tempo”, disse. “Precisamos lidar com essa dupla transição tendo como foco a dignidade humana, a saúde do planeta e um senso de responsabilidade com as futuras gerações.”

Lula afirmou que a Ingeligência Artificial (IA) acentua um cenário de oportunidades, riscos e assimetrias existentes no mundo e que “seus benefícios devem ser compartilhados por todos.

“Na área digital, vivenciamos concentração sem precedentes nas mãos de um pequeno número de pessoas e de empresas, sediadas em um número ainda menor de países”, afirmou. “Interessa-nos uma IA segura, transparente e emancipadora. Que respeite os direitos humanos, proteja dados pessoais e promova a integridade da informação. […] E, sobretudo, uma IA como ferramenta para a paz, não para a guerra.”

O presidente pediu também “uma governança internacional e intergovernamental da inteligência artificial, em que todos os Estados tenham assento”.

Por fim, o presidente defendeu que o Estado recupere o protagonismo no planejamento do desenvolvimento.

“O Estado precisa recuperar seu papel de planejador do desenvolvimento”, afirmou. “Promover o emprego decente e a inclusão social são alguns dos temas que tratei ontem na Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra.”

Leia a íntegra do discurso de Lula no G7 aqui.

Líderes mundiais, entre eles o presidente Lula, participam do G7, na Itália — Foto: Ricardo Stuckert / PR

Fonte: Externa

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