A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e o presidente do São Paulo, Julio Casares, se encontraram na quarta (6) para conversar sobre a crise entre os clubes.
O encontro, sigiloso, foi promovido pelo presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro, diante da escalada do debate entre os times.
O caldo entornou no domingo (3), quando Palmeiras e São Paulo se confrontaram no Morumbis.
O jogo terminou em empate —e em revolta dos dirigentes do São Paulo, que reclamaram da arbitragem e do comportamento do técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, em campo.
“Hoje foi uma vergonha o que vimos no Morumbis“, disparou Casares depois do jogo, reclamando também do VAR. “Chega do Abel apitar jogo no Paulistão“, afirmou ainda.
O diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, foi além, e chamou Abel de “português de merda”, referindo-se à nacionalidade do treinador do Verdão. O Palmeiras defende que ele seja punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP).
Leila rebateu falando que os dirigentes do São Paulo tiveram um “ataque histérico” motivado por “despeito, inveja”. Afirmou que não permitiria ataques xenófobos a Abel e exigiu um pedido público de desculpas por parte de Casares.
Os dois dirigentes são amigos de longa data e tentaram estabelecer uma convivência harmoniosa fora de campo: Casares já cedeu o Morumbi para jogos do Palmeiras, e Leila retribuiu a gentileza deixando o São Paulo jogar no Allianz Parque. Antes do conflito, os dois posavam juntos para fotografias e tentavam passar a imagem de que é possível conviver civilizadamente no futebol.
A coluna apurou que, na conversa que tiveram na quarta, na Federação, os dois se cumprimentaram amistosamente e discutiram medidas para tentar evitar novas tensões.
Uma delas seria escalar equipes dos dois clubes para organizar os jogos quando os times se enfrentarem. Esse grupo conjunto organizaria a entrevista coletiva depois das partidas e cuidaria de questões de segurança, local e acesso de autoridades desportivas aos camarotes, entre outras medidas.
As entrevistas coletivas que os técnicos concedem depois dos jogos têm sido um dos atritos entre o Verdão e o Tricolor.
No domingo (3), os são-paulinos impediram que a entrevista de Abel, na condição de técnico visitante, fosse realizada na sala de imprensa principal do estádio. Os banners de patrocinadores já estavam instalados, mas o São Paulo alegou que a conversa com os jornalistas deveria ser feita na zona mista.
O Tricolor alega que está agindo com reciprocidade. O Palmeiras afirma que disponibiliza, sim, uma sala de entrevistas para o São Paulo. Os são-paulinos alegam que o local é pequeno e que os repórteres têm que fazer as perguntas sentados no chão.
A questão da localização dos camarotes também gera atritos. Dirigentes do São Paulo dizem que já tiveram que assistir a jogos no Allianz sentados atrás do gol.
Questionados sobre o diálogo e a tentativa de paz, Leila, Casares e Reinaldo não responderam às mensagens enviadas pela coluna.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH; colaborou LUANA LISBOA
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