Official Trump e Melania Meme: O tudo ou nada (e bota nada nisso) das memecoins | Criptomoedas

Enquanto essas criptos representam figuras reais, a “galera da zoeira” aproveitou para inundar o mercado cripto com paródias.

Entre as mais comentadas estão Barron (BARRON), memecoin não oficial do filho mais novo de Trump, e Official Trump’s Cleaner (CONSUELA), isso mesmo, da faxineira do presidente dos EUA, e se juntam a MakeAmericaGreatAgain (MAGA), entre uma dezena de outras similares.

Desde seu lançamento, o MAGA chegou a valer US$ 17,51, na máxima registrada no início de junho de 2024. Após a vitória de Trump, seu valor e volume de negócios despencou, com uma perda de 94%, desde o recorde.

Memecoins, bets ou loteria: ganhar muito ou perder tudo

“Memecoins são mais aventuras do que investimentos sustentáveis”, avalia Rodrigo Cohen, analista de investimentos. “Qualquer investidor, seja iniciante ou não, pode acessar esse mercado, em busca de ganho alto no curto prazo, com certeza”, afirma. “Agora, é preciso saber que você pode perder o seu dinheiro todo, apostando em um investimento bem exótico.”

Para ele, a estratégia para quem quer arriscar pode ser a de investir uma quantia bem pequena. Exemplificando com memecoins que se valorizaram 1.000%, o investidor pode aplicar R$ 100. Se valorizar novos 1.000%, ganha R$ 1.100. Se cair 99%, fica com R$ 1.

“Investimentos que se pode ganhar muito, também se pode perder muito, ou até perder tudo”, alerta Cohen, acrescentando que, em hipótese alguma, deve ser alocado “o dinheiro que você não pode perder”.

“Muito investidor, iniciante principalmente, tem aquele ímpeto, aquela vontade de ficar muito rico, muito rápido e fácil”, aponta. “A gente sabe que isso não existe, mas pode ter sorte. Se ganhar muito, vai ser mais pela sorte do que pelo fundamento.”

Além do perigo da ganância, os golpes já estão rondando os mais afoitos pelas novidades.

De acordo com reportagem do portal especializado CryptoDNES, a empresa de cibersegurança Facct já identificou, em apenas dez dias, mais de dez sites fraudulentos, projetados para atingir quem negocia tokens TRUMP e MELANIA.

“Os golpistas usam sites enganosos para induzir os usuários a conectar suas carteiras digitais, muitas vezes sob o pretexto de verificar as transações”, explica a reportagem. “Depois que o acesso é concedido, os criminosos roubam as criptos diretamente das carteiras.”

O fenômeno das memecoins não se restringe ao mercado internacional e os brasileiros também surfam nos hypes nacionais.

Em abril do ano passado, durante o auge do embate entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o dono da rede X, ex-Twitter, Elon Musk, brasileiros lançaram a memecoin ElonXAlexandre. Criada em 7 de abril, disparou mais de 1.600% em apenas dois dias, passando de US$ 0,0002 e atingiu o patamar de US$ 0,0034. E, poucos meses depois, desapareceu tal qual o calor das discussões entre seus inspiradores.

“Como as memecoins surgem de memes e comunidades da internet, a volatilidade acaba sendo ainda mais alta do que de ativos mais consolidados como bitcoin ou ethereum”, alerta Pedro Xavier, sócio da Mannah, especializada em tecnologia Blockchain. “O valor delas depende mais de hype e engajamento do que de fundamentos reais, fazendo o preço subir ou cair drasticamente de um dia para o outro.”