Hábito inseparável da rotina matinal, o café é tido como um componente imprescindível para o despertar. Há, no entanto, outra verdade incontestável neste contexto: o café estimula ir ao banheiro. E, sim, há uma razão científica para isso: a cafeína.
Isso porque, de acordo com especialistas, a molécula que nos desperta de manhã não afeta apenas a cabeça, mas também o intestino. A questão se tornou objeto de estudos há algumas décadas. Em 1990, por exemplo, pesquisadores descobriram em um estudo que 29% dos entrevistados relataram vontade de fazer cocô depois de tomar café e que a vontade pode chegar muito rapidamente, mesmo em apenas quatro minutos.
Anos mais tarde, em 1998 foi demonstrado que o café normal estimula a atividade motora do cólon, 60% mais que a água e 23% mais que o café descafeinado. O café, de fato, estimula as contrações do cólon (o chamado peristaltismo), cujos músculos se contraem para movimentar as fezes para chegar à saída.
Além disso, a bebida também contém ácidos que aumentam os níveis do hormônio gastrina, que por sua vez estimula essas contrações musculares involuntárias no estômago que “movem” os intestinos. Outros correntes científicas também sugerem que o café aumenta a liberação de colecistoquinina , outro hormônio que desempenha papel fundamental no processo digestivo.
Intestino mais sensível
Ao lançarem mão do assunto, os cientistas também descobriram que, além de toda essa movimentação causada pelo café, é importante dizer que nosso trato intestinal fica mais sensível e propenso a movimentos nas primeiras horas do dia. Portanto, beber uma xícara de café quente atua diretamente no reflexo gastrocólico e facilita o tempo de trânsito. Por isso, existem pessoas que são mais sensíveis a medicamentos, alimentos e até água. Essas pessoas provavelmente também são mais propensas a ter reações gastrointestinais ao café.