Doença do filho de Viih Tube: O que é a enterocolite? Conheça tipos e tratamentos

Medicina Notícias

Após 19 dias de internação, o filho caçula dos ex-BBBs Viih Tube e Eliezer, Ravi Di Felice, recebeu alta hospitalar neste sábado, 14. De acordo com boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein, onde Ravi estava internado, a permanência do bebê na instituição foi motivada por um quadro de enterocolite.

“O Hospital Israelita Albert Einstein informa que o filho de Vitória di Felice Moraes e Eliezer do Carmo recebeu alta neste sábado, 14 de dezembro. O paciente deu entrada com quadro de enterocolite no último dia 25 de novembro”, diz o boletim.

Ravi, filho de Viih Tube e Eliézer teve alta hospitalar Foto: @viihtube via Instagram

A internação de Ravi gerou grande repercussão nas redes sociais, levando Eliezer a esclarecer rumores. O pai negou especulações sobre uma suposta “cirurgia de horas” e explicou que a condição enfrentada pelo filho é grave e rara, especialmente para um “bebê a termo” — termo usado na obstetrícia para descrever recém-nascidos que nascem dentro do período ideal de gestação.

De acordo com a Rede D’Or, a enterocolite é uma inflamação que afeta o intestino grosso e delgado, podendo ter diversas causas e manifestações, dependendo da idade do paciente e da gravidade do caso. O tipo específico da condição enfrentada por Ravi, no entanto, não foi detalhado no boletim médico.

Tipos de enterocolite

De acordo com o site da ONG Prematuridade.com, a enterocolite necrosante é uma inflamação grave do sistema digestivo que atinge principalmente bebês prematuros. Embora as causas exatas ainda não sejam completamente compreendidas, sabe-se que o problema está associado a uma irrigação sanguínea inadequada no intestino, o que pode causar danos ao tecido intestinal.

Essa lesão facilita a invasão de bactérias na parede intestinal, levando à formação de gás. Em casos mais graves, o tecido lesionado pode ser perfurado, permitindo que o conteúdo intestinal vaze para a cavidade abdominal, causando peritonite (infecção localizada) ou até mesmo sepse, uma infecção generalizada que pode ser fatal.

A enterocolite necrosante é considerada a emergência gastrointestinal mais comum e perigosa no período neonatal, acometendo entre 0,1% e 0,7% dos nascidos vivos e cerca de 7% dos bebês internados em UTIs neonatais. Bebês com muito baixo peso ao nascer (1,5 kg ou menos) apresentam maior vulnerabilidade, com incidência de 5% a 8% nesses casos.

A enterocolite pseudomembranosa, ou colite pseudomembranosa, é uma inflamação da parte final do intestino, o cólon e o reto, que pode ser causada pelo uso de alguns antibióticos, como amoxicilina e clindamicina, provocando a proliferação da bactéria Clostridium difficile e o surgimento de sintomas, como diarreia, febre e dor abdominal.

A enterocolite neutropênica afeta pessoas com neutropenia, que é a diminuição da quantidade de neutrófilos, que são as células do sangue responsáveis pelo combate de infecções. Pessoas com neutropenia são propensas a infecções mais graves que podem levar à enterocolite.

Os sintomas que podem estar presentes na enterocolite neutropênica, que também é conhecida como tiflite, incluem febre, dor e distensão abdominal, perda do apetite, náusea, diarreia com ou sem sangue, e sensibilidade ao tocar a barriga.

A enterocolite ulcerativa é uma doença crônica onde reações exageradas do sistema imunológico causam inflamação e úlceras no intestino grosso, causando sintomas como diarreia, que pode ter sangue, cólicas e dor na barriga, muco ou pus nas fezes e sentir vontade constante de evacuar, mesmo que o intestino esteja vazio.

  • Enterocolite induzida por proteínas alimentares

A enterocolite induzida por proteínas alimentares é uma reação alérgica que provoca uma inflamação no intestino, desencadeada pela ingestão de certos alimentos. Assim como outras alergias alimentares, esse tipo de enterocolite pode ser causado pela ingestão de alimentos como à base de leite de vaca, soja e cereais, como arroz, cevada e aveia, incluindo também as fórmulas infantis que contêm esses ingredientes.

Essa condição afeta principalmente crianças com menos de dois anos, podendo levar a sintomas como vômitos intensos, diarreia e desidratação. Em casos mais graves, a enterocolite induzida por proteínas alimentares pode provocar alterações na temperatura corporal e queda da pressão arterial, exigindo intervenção médica imediata.

Como tratar a enterocolite

O tratamento da enterocolite varia de acordo com a causa da condição, envolvendo uma combinação de medicamentos, mudanças na alimentação e, em alguns casos, intervenções cirúrgicas.

O uso de antibióticos é comum, especialmente para tratar formas infecciosas da enterocolite, como a enterocolite pseudomembranosa e necrosante. Entre os antibióticos frequentemente indicados estão a ampicilina, gentamicina, clindamicina, metronidazol, rifaximina e vancomicina.

Para a enterocolite ulcerativa, dependendo da gravidade, os aminosalicilatos podem ser prescritos para formas leves ou moderadas. Em casos mais severos, o uso de corticosteroides, como a prednisona, ou imunossupressores, como a azatioprina, pode ser necessário para reduzir a inflamação e controlar a doença.

No caso da enterocolite necrosante, o tratamento inicial geralmente inclui nutrição parenteral total. Esse tipo de alimentação envolve a administração direta de nutrientes na corrente sanguínea, permitindo que o intestino descanse enquanto o corpo recebe os nutrientes necessários para a recuperação.

Quando a enterocolite é induzida por proteínas alimentares, como as presentes nas fórmulas infantis de leite ou soja, o pediatra pode recomendar a substituição por fórmulas hipoalergênicas. Para casos de enterocolite provocada por outros alimentos, alergistas ou pediatras podem sugerir uma dieta baseada em frutas e vegetais, substituindo cereais e grãos.

A alimentação adequada desempenha um papel crucial no tratamento da enterocolite, pois ajuda a reduzir o risco de complicações, melhora a absorção de nutrientes e contribui para a recuperação do paciente. Recomenda-se evitar alimentos crus e priorizar alimentos probióticos, como iogurte e kefir, que auxiliam na recuperação da flora intestinal. A dieta adequada é essencial para garantir a saúde intestinal e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Em casos mais graves de enterocolite pseudomembranosa, ulcerativa ou necrosante, especialmente quando as formas clínicas não respondem ao tratamento medicamentoso ou surgem complicações, como hemorragias, megacólon ou perfuração intestinal, a intervenção cirúrgica pode ser necessária. Procedimentos como hemicolectomia, ileostomia e laparotomia podem ser realizados para remover partes do intestino comprometidas ou tratar complicações graves.

Fonte: Externa

BRAIP ads_banner